Colecionar é um hobby fantástico. Este blog aqui mesmo, é a minha coleção de coisas que gosto sobre automóveis, na forma de fotos e ilustrações antigas, principalmente. Mas, a coleção desse sujeito aqui é formidável. É a maior coleção do mundo de memorabilia sobre Mopars. Mesmo assim, poucos já ouviram falar sobre ela.

A coleção de Steven Juliano é de cair o queixo, muitas vezes. É algo impossível de ser reunido hoje em dia, simplesmente por que este material não existe mais. Era descartado pelos revendedores a cada nova linha de modelos. É um melrgulho profundo nos melhores anos dos muscle cars. Respire fundo e caia de cabeça nesta viagem pelo tempo.

São milhares de posters, faixas, letreiros, alguns automóveis, diversos tipos de objetos e folders originais dos melhores anos da Chrysler, Dodge, Plymouth e alguma coisa de outras marcas. Tudo aquilo que era parte do agressivo merchandising da época, distribuído para a rede de revendedores, ele perseguiu obstinadamente por mais 15 anos, formando esta coleção dos sonhos. São todos originais de época, nada é réplica. Ele até têm algumas cópias, mas para trocar por material que ele porventura não tenha ainda. Nada está a venda.

Esta paixão – ou obsessão – dele pelo menos para mim faz sentido, pois a propaganda da Dodge e Plymouth sempre foi mais ousada, jovial e criativa que seus concorrentes diretos. Quem nunca se encantou com os anúncios do Rapid Transist System e seu Road Runner? Eu não me esqueço do slogan: If you can’t beat the system, join it! Fantástico, me dá vontade de comprar um GTX na hora! Abaixo, os pequenos objetos da coleção: chaveiros, camisas, isqueiros e todo tipo de badulaque. Um tesouro!

Esse aqui eu tive que me beliscar para acreditar no que estava vendo. São autoramas (Slot Car) da Plymouth para promover o Barracuda! Pai feliz, filho feliz, todo mundo feliz! Isso é ou não é um marketing de primeira? E por que não fazem mais isso??? Tudo bem, seria Corsa versus Ka, mas isso é assunto para outro blog…

Repare nos nomes bordados nas camisas abaixo. Lembra do mote, ganhe no domingo e venda na segunda? Pois é, a alma do negócio em forma de camiseta Sox & Martin!

Enquanto você se recuera de tanta beleza, aprecie este raríssimo Hemi Cuda 1971 com todos os opcionais de fábrica e nunca restaurado antes. É mole?

E isso aqui, meu Deus, o que é? Um simulador do Rapid Transit em um cockpit do Cuda? Nunca vi isso antes. Impressionante o que ele reuniu. Impressionante mesmo.

Aguenta as pontas que ainda têm as últimas desta coleção incrível! Para visitar o site oficial do Steven Juliano, clique aqui. Infelizmente, é o único jeito de visitar o acervo, que é fechado para nós, o público.

Acima, o que será um jogo de Drag Race para o Dodge Challenger??? Mais abaixo, a linha Dodge Boys e Dodge Rebellion.

E, por último, a melhor foto, o toque de mestre. Eis o que acontece com o coyote que se mete com o Road Runner do Plymouth Rapid Transit System!

Uma opinião é só isso, uma opinião. Por isso, eis a minha sobre qual foi o segundo melhor filme de carros de todos os tempos: foi o “Carros” (Cars, 2006) da Disney Pixar. Sim, segundo por que o primeiro foi, sem dúvidas, “Agarra-me se puderes” (Smokey and the Bandit) com o Burt Reynolds. E é por um motivo especial que eu acho que “Carros” merece o segundo lugar: pela pesquisa e quantidade de referências históricas feitas ao longo de todo o filme. Algumas óbvias, outras bem escondidas, como o carro nº 84 com uma maça no capú que é um lindo agradecimento à Apple e seu primeiro Macintosh de 1984, pai da moderna computação gráfica que viabilizou o próprio filme, anos mais tarde. E olha que pra achar esse carro é só em slow motion…

Nada nesse filme é por acaso. Descobrir alguns destes detalhes tornam ainda mais interessante o prazer de assistí-lo. Veja alguns.

Poster do Filme Carros da Disney Pixar

Os carros são dublados por atores famosos, como Owen Wilson e Paul Neuman, mas também por pilotos profissionais, como Richard Petty e Dale Earnhardt Jr em participações especiais. Um dos narradores das corridas (Darrell Cartrip) têm a voz deDarrell Waltrip, três vezes campeão da Nascar. Viu a coincidência entre os nomes? Ainda sobre vozes, é do próprio Jay Leno a voz do comentarista Jay Lino, e Michael Schummacher empresta a sua voz à Ferrari que vai visitar Gido no final do Filme.
O trailler do filme foi feito antes deste, por isso a carroceria dos carros na corrido é diferente do que se veria no filme. No trailler o número do McQueen é 57 pois este é o ano do nascimento do diretor John Lasseter. Depois, no filme é 95, ano do lançamento de Toy Story.
Relâmpago McQueen nõa é nenhum carro em particular. Seus faróis são falsos, como na Nascar e os adesvios també remetem à categoria. No geral, seu desenho foi influenciado pelo Corvette que a GM exibiu para a Pixar, mas o perfil lateral têm influência do Ford GT 40 também. A traseira lembra a do Dodge Viper, e as lanternas traseiras e o teto têm grande semelhança com o Ford Mustang. Quando ele ganha uma pintura customizada e pneus com faixa branca, a referência é o Corvette dos anos 50. Assim, McQueen é um híbrido, influenciado por alguns dos maiores esportivos de todos os tempos.
“O Rei” é uma homenagem a “The King” Richard Petty e seu Plymouth Superbird 1970 de número 43, lenda da Nascar que aliás empresta a própria voz ao personagem. A colisão do “Rei” no filme é uma recriação precisa e quadro-a-quadro do acidente de Rusty Wallace na prova do circuito de Talladega em 1993.
Chick, o rival de McQueen nas pistas, leva o número 86 por vários motivos. Em inglês,“vou te dar um 86″ é uma gíria para “vou me livrar de você”, óbvia alusão às intenções do personagem. Daí o título do seriado de Mel Brooks, Agente 86. E também é o ano em que outro filme da Pixar, Luxo Jr. foi lançado, em 1986.
A placa do Doc Hudson é “51HHMD”, que é exatamente a placa do “Fabuloso Hudson Hornet” original de 1951, mas também pode ser lida como “Hudson Hornet Medcine Doctor”, aprofissão do personagem depois que se aposentou. Em 1951 o Hudson Hornet venceu 27 vezes, recorde ainda não igualado até hoje.
Mario Andretti empresta a voz a um Ford Fairlane 1967, pintado de azul e dourado, que é o mesmo carro com que ele venceu corrida Daytona 500 de 1967.
A paisagem de montanhas rochosas atrás da cidade de Radiator Springs é uma alusão à escultura Cadillac Ranch em Amarillo, Texas.
A logomarca do Café da Flo (Flo’s V8 Cafe) é a logo da Ford de 1932.

E por aí vai. Para uma lista completa de todos os segredos, baixe aqui este PDF, em inglês. E, quando assistir ao filme novamente, pense que não é por ser uma animação que ele vale menos que qualquer outro filme. Bom, isso é só minha opinião. Ah, em tempo, a continuação está confirmada para 2011.